Miguel Goulão (Presidente da Assimagra): “Portugal é considerado um dos players do mundo no processo de transformação da rocha ornamental”
Miguel Goulão (Presidente da Assimagra): “Portugal é considerado um dos players do mundo no processo de transformação da rocha ornamental”

O Presidente da ASSIMAGRA elogia a realização da STONE, a feira de referência para o setor da pedra em Portugal. Faz um balanço sobre os atuais desafios da indústria e de que forma é que esta pode inovar e angariar novos valores.


Que balanço faz de 2021 para o setor da pedra?

O ano que passou foi um ano em que o setor atingiu o maior valor da sua história em exportação. É um ano positivo. Contudo o ano encerra em si alguns desafios, nomeadamente a valorização dos processos e dos recursos. Apesar de o crescimento em valor, o setor não soube valorizar da mesma forma o recurso. Estamos a perder valor no processo de exportação, ou seja, estamos a exportar mais, mas a ganhar menos dinheiro. O setor tem de fazer essa reflexão. Em alguns mercados estamos a crescer em termos de euros e valor. Noutros estamos a crescer em termos de euros, mas estamos a decrescer a nível de valor. Quer dizer que estamos a exportar mais toneladas, mas com menos valor.

De que forma Portugal pode continuar a afirmar-se no mercado externo?

Portugal é hoje considerado um dos players do mundo no processo de transformação da rocha ornamental. Do ponto vista geográfico, somos um dos países mais pequenos do mundo. Se ocupamos a 7ª posição é porque sabemos fazê-lo bem. Se fizermos uma relação per capita, somos o 2º país mais importante do mundo neste comércio. Isso é fruto do trabalho, inovação e da realização processos de investigação e desenvolvimento ligados à extração e transformação.

Quais são os desafios atuais para o setor?

A mão-de-obra é um dos grandes problemas. Podemos apostar em desenvolvimento e inovação, mas o fator humano é determinante para a boa execução da atividade. O setor tem de saber captar recursos humanos mais adequados e ser mais competitivo. Logo a seguir, os custos energéticos, onde o Estado também tem um papel a cumprir. Os combustíveis são taxados ao setor ao mesmo preço de quem utiliza os seus veículos para passear. Isso não faz sentido nenhum. A tributação da utilização deste recurso pelo setor tem de ser feita de uma forma estratégica. Não podemos achar que taxamos as empresas com determinado tipo de percentagens e depois querermos que elas sejam competitivas num mercado global, onde os outros competidores são taxados de forma diferenciada.

Em que medida a aposta na STONE continua a ser uma mais-valia para as empresas do setor?

Esta iniciativa pode parecer simbólica para muitos, mas para outros é o resultado da demonstração da força do setor. É um evento feito em Portugal numa geografia fora do habitual e por isso mais difícil de concretizar. A STONE existe há mais de 10 anos e isso é muito significativo e fruto de uma economia regional, que existe e é importante. A STONE é uma feira de dimensão nacional e internacional, no entanto, colhe na região em que está inserida a sua principal riqueza. É na região Centro que estão as maiores empresas do setor, os melhores exemplos de inovação e dos maiores investimentos feitos nos últimos anos. A região Centro é de onde a pedra pulsa e tem muito futuro. 

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